segunda-feira, 11 de outubro de 2010

06/10/2010 19h41 - Atualizado em 06/10/2010 20h23 Após morte de pugilista, confederação e Liga Paulista se desentendem

A morte do pugilista Jefferson Gonçalo, de 39 anos, nesta quarta-feira levantou questões sobre segurança nas lutas de boxe. Para a Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), falta responsabilidade na organização de eventos. A Liga Paulista de Boxe Profissional nega ter sido negligente. E revelou ainda que o promotor do combate do último sábado era o próprio boxeador.
- Eu acho que falta responsabilidade de quem organiza esses eventos. O jeito de tornar o esporte mais seguro é seguir as regras e seguir a recomendação médica. Após um nocaute, uma luta que levou muitos golpes, fazer todos os exames e ver se as condições permitem continuar lutando. Está tudo bem, continua. É um caso que graças a Deus não acontece muito no esporte. Só acontece por falta de prevenção. Será que fizeram exames entre as lutas?– questionou Luiz Claudio Braga Boselli, vice-presidente da CBBoxe.
Reinaldo Carrera, presidente da Liga Paulista de Boxe, reclamou das acusações:
- Não temos vínculo nennhum com eles, não tinha ninguém deles lá, e então acho que não deveriam fazer nenhum tipo de comentário. É até anti-ético.
De acordo com Carrera, os exames de Jefferson haviam sido apresentados em janeiro, como prevê o regulamento da liga. Desde então, ele realizou mais quatro lutas, a última delas em agosto, na Argentina, quando sofreu duros golpes durante os 12 assaltos.
- O normal é apresentar os exames anualmente, a não ser que você tenha alguma desconfiança. Não foi o caso. Duvido que qualquer entidade do mundo pediria um novo exame. Em quatro lutas, foram três vitórias e uma derrota por pontos, da qual ele saiu andando normalmente do ringue. Eu sugeri, como amigo dele, que ele fizesse um exame depois da luta, mas até aí não tinha nenhuma luta programada para ele. Três dias depois ele me ligou dizendo que tinha feito os exames e que o médico disse que ele podia voltar a lutar na semana seguinte se quisesse – afirmou.
Apesar de estar em dia com os exames de acordo com a Liga Paulista de Boxe, uma tomografia realizada logo após a luta de sábado apontou que o pugilista já tinha uma lesão no cérebro.
- Como os médicos detectaram essa lesão, ele será levado para o Instituto Médico Legal nesta quinta. A nossa postura é aguardar o laudo do IML. Quero esperar o laudo para decretar definitivamente algo. Inclusive para nós. Como entidade, me interessa saber todas as informações – disse o presidente da liga.

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