quinta-feira, 3 de junho de 2010

ENTENDENDO A CABEÇA DE DANA WHITE


O presidente da maior organização do MMA mundial é um cara que desperta variados sentimentos nas pessoas. Muitos o acham genial por ter tirado o UFC de um buraco que tendia à falência, transformando o UFC em uma empresa que vale mais de um bilhão de dólares. Outros o acham um idiota, que fala muita besteira e adora aparecer. Seja lá qual for a sua opinião acerca dele, não podemos negar que trata-se do cara mais importante do MMA mundial fora dos ringues. Na véspera do UFC 110, em Sydney, Austrália, Dana participou de um encontro com membros do UFC Fight Club na Acer Arena, onde discutiu diversos pontos que valem a pena serem expostos. Segue um resumo do que foi dito pelo careca mais controverso do MMA no evento:
BJ Penn está muito próximo de limpar a divisão dos leves e Dana acredita que ele deve subir de categoria quando fizer isso. Penn deveria precisar bater um desafiante top (provavelmente fala de Takanori Gomi) antes de ter uma nova chance contra Georges St-Pierre.
Frank Edgar é o cara que mais impressionou Dana entre os leves e por isso ele mereceu a chance de disputar o cinturão de Penn. White ficou muito impressionado com Edgar na vitória sobre Sean Sherk.
Dana White disse que Nick Diaz é um cara difícil de trabalhar e que tem problemas com comissões atléticas (certamente se referindo ao problema de Nick com consumo de maconha, que já lhe valeu uma suspensão). Apesar disso, Dana disse gostar dele.
Ele tem interesse em Gegard Mousasi, o considera um dos melhores do mundo, mas sabe que o armênio tem dois contratos em vigência (Strikeforce e DREAM). Dana disse que vai olhar para Mousasi com carinho assim que os contratos se encerrarem.
Ele tem confiança que o UFC vai eventualmente contratar Fedor Emelianenko. Dana falou que o problema de Fedor com a M-1 Global aconteceu porque eles estão mais interessados em construir a M-1 como promoção do que construir Fedor.
White disse que Stephan Bonnar e Forrest Griffin não estão indo a lugar algum e que eles são como seus filhos. Os lutadores sempre vão atuar no UFC, independente de seus carteis. Dana tem muito reconhecimento e é agradecido a ambos depois que travaram uma das maiores lutas da história do MMA, na final da primeira temporada do reality The Ultimate Fighter. A audiência cresceu muito durante a luta e foi um divisor de águas entre a fase pré-falimentar do UFC e o atual mar de dinheiro da organização.
Wanderlei Silva também sempre estará no UFC, não importa o que aconteça. Não necessariamente significa que ele acha o brasileiro espetacular ou coisa parecida. Dana pode ser tudo, menos burro. Sabe que Wand é um atleta que mexe com o público e tem uma relação espetacular com torcedores de todo o planeta. Wanderlei é garantia de ingressos e pay-per-views vendidos.
Dana White acha que Anderson Silva é muito grande para GSP. Forrest tem cerca de 230 libras (105kg) e Dana diz que Anderson tem o mesmo porte (GSP falou que pesa naturalmente 85 quilos). Apesar de achar o Spider grande demais para GSP, Dana acredita que tem muitas lutas interessantes entre os meio-pesaos para o campeão dos médios (N. da R.: para mim, Dana tem medo de Anderson massacrar GSP, deixando o canadense em situação desconfortável. St-Pierre é o principal garoto-propaganda do UFC e talvez de todo o MMA atual).
Ele acha que Shinya Aoki é supervalorizado porque não enfrentou consistentemente adversários duros como os lutadores do UFC fazem (N. da R.: balela! Gesias Cavalcante e Vitor Shaolin botam mais de 90% dos leves do UFC no chinelo).
Dana falou que está feliz por Quinton Jackson e acha que o filme “Esquadrão Classe A” vai fazer bem ao Rampage. Se o filme fosse parecido com outros que lutadores tem estrelado, White disse que ficaria bravo com ele. Rampage voltará a lutar em breve.
O UFC não está interessado em Bobby Lashley no momento.
White respeita James Toney, mas disse que não sabe o que o UFC poderia fazer por ele.
Dana gosta de Kimbo Slice – ele não é o que Dana imaginava – mas o cartola não o considera um desafiante legítimo ao cinturão de Lyoto Machida ou de Brock Lesnar.
Os próximos três países que o UFC vai se expandir são China, Coreia do Sul e Índia. Lorenzo Fertitta estará em trânsito pelas próximas três semanas para viabilizar uma temporada do TUF nestes países.
O UFC está trabalhando para voltar ao Japão, mas não é fácil. Dana disse que não sabe se a marca PRIDE pode ser ressucitada.
Brasil não é um alvo para futura expansão inicialmente, mas desde que o país garanta os Jogos Olímpicos, o UFC passa a se interessar em fazer um evento por aqui.
Dado o interesse que a Australia mostrou, o UFC fará pelo menos um evento por ano na terra dos cangurus a partir do UFC 110.
Dana disse que ri quando alguém fala que o Strikeforce é “grande”. Ele disse que o modelo do concorrente não funciona. Dana não quer que o concorrente acabe, mas disse que eles falharão porque estão tentando ser muito grandes, mas muito mal organizado.
Ele acha que o WWE (maior organização americana de pro wrestling, o telecatch) tem um modelo de negócio totalmente diferente e uma base de fãs diferente também. White não acha que eles devem se bater para dividir datas de PPV.
White disse que mais cedo ou mais tarde as joelhadas na cabeça de um lutador no chão serão legalizadas e que ele pessoalmente gosta destas manobras. Ele disse que talvez depois que tudo estiver padronizado e os medos sobre o esporte tenham passado, estes golpes serão possíveis.
Ele disse que Herb Dean é o melhor árbitro da história do esporte. A possibilidade de ter uma câmera no capacete dos árbitros é pequena, mas White disse que se tiver que fazer isso, Steve Mazzagatti poderia colocar a câmera dentro da sua cabeça, pois tem muito espaço vazio ali (Dana é um crítico público de Mazzagatti e de vez em quando fala abobrinhas sobre o árbitro, numa atitude que pega muito mal para Dana e o UFC).
Não haverá mudanças em nenhuma das categorias de peso e não serão criadas novas categorias, incluindo os pesados. Diz ele que o boxe tem muitos campeões e Dana não quer ver o UFC indo pelo mesmo caminho.
O UFC não implementará rankings. White não gosta de rankings, prefere escalar as lutas que os fãs querem ver (N. da R.: acredito que na maioria dos casos os fãs gostariam de ver as lutas que os rankings impusessem, mas acho que Dana é cego demais para mudar de opinião)

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